Entrar no mercado de trabalho sem qualquer experiência comprovada em carteira parece algo irrealizável para quem procura um emprego, certo? Nem tanto. Embora um currículo extenso provavelmente consiga furar a fila em uma disputa por vaga, se manter na ativa e caçar oportunidades que tornem possível praticar suas habilidades pode ajudar na busca por um trabalho – entre outras preciosas dicas apontadas pela empreendedora Geovana Conti, sócia fundadora da empresa social curitibana de desenvolvimento humano Y (Youngers).
Há quase 10 anos ela trabalha com foco em preparação para o mercado de trabalho e empreendedorismo e, recentemente, foi uma das palestrantes no encontro regional do Grupo Mulheres do Brasil, um projeto liderado pela empresária Luiza Helena Trajano e feito exclusivamente pelas mulheres para pensar ações em educação, empreendedorismo e projetos sociais.
Geovana participou a convite da ex-diretora superintendente da Fundação Itaipu, Margaret Groff, e da economista Regina Arns, líderes Paraná do Grupo. Na oportunidade, ela discursou sobre a importância do voluntariado para as transformações sociais – outra ação que, segundo ela, pode “substituir” a experiência requisitada. “A questão principal é saber se você já fez as atividades que fará na vaga para a qual está sendo entrevistado, se teve bons resultados com suas ações, se gostou da experiência, se sabe onde está se metendo”, garante.
Nos tópicos a seguir, Geovana enumera 7 passos que podem guiar com sucesso quem está em busca de uma oportunidade. Muitas das dicas serão aprofundadas no curso digital de empregabilidade que ela deve lançar em julho. Enquanto isso, tome nota!
1. Mantenha-se ativo
Mesmo sem emprego, é importar buscar oportunidades onde se torne possível colocar as habilidades em prática, tanto para amadurecer e desenvolvê-las quanto para ter o que contar em uma entrevista. Pode ser ajudar no negócio da família, fabricar algo para vender, se voluntariar em alguma atividade, liderar trabalhos na igreja ou escola do bairro. Mesmo sem remuneração, o trabalho vai garantir mais experiência, aumentar as chances de ser visto e recomendado depois e já pode apontar o que o entrevistador busca.
2. Seu trabalho acadêmico também conta
Quem concluiu uma graduação ou curso técnico deve mostrar que, ao longo ou ao final da formação, experimentou os conceitos na prática. E isso pode fazer mais sentido se tiver concluído o curso há no máximo três meses antes da entrevista. Passado mais tempo, vale investir em prestação de serviços e olhar a dica 1.
3. Tenha uma formação
Já ao candidato sem formação e experiência é indicado fortemente fazer um curso para chancelar seu conhecimento. Algumas áreas já possuem ensino à distância de qualidade e com preços mais acessíveis, inclusive. Se a área pretendida não necessitar formação, é preciso comprovar o compromisso em aprender, mostrando as experiências de engajamento com voluntariado, por exemplo, ou a recomendação de algum líder.
4. Somente a verdade e nada mais que a verdade
Alguns candidatos usam respostas prontas para as famosas perguntas (também prontas) nas entrevistas, sem refletir sobre o que isso tudo significa. Uma coisa é o RH enlatar as entrevistas, visto que eles precisam usar um mesmo critério com todos os candidatos para equipará-los. Outra coisa é o candidato usar da mesma lógica e copiar respostas como se elas o ajudassem. Pessoas que respondem o que todos respondem permanecem na mediocridade. A dica é usar essas questões para, de fato, refletir sobre si mesmo e levar para a entrevista verdades que o destaquem da maioria.
5. Esteja também no LinkedIn
Hoje as empresas tanto recebem currículos no papel quanto procuram o candidato no LinkedIn. Onde e como se apresentar depende muito da vaga pretendida. Auxiliares de limpeza, de escritório, recepcionistas ou balconistas geralmente ainda são contratadas com currículo impresso. Porém, o mesmo RH provavelmente está no LinkedIn avaliando perfis de candidatos para outras vagas, logo, pode ser muito interessante estar lá.
6. Cuidado com posts comprometedores
Um tuíte falando mal do ex-chefe, um story alcoolizado feito na madrugada ou uma foto com gestos obscenos na timeline podem comprometer, sim, uma futura contratação. Afinal, mesmo não sendo eticamente recomendado, é fato que todos os perfis nas redes sociais serão visitados, principalmente para vagas que exigem uma determinada imagem pessoal. Portanto, é importante cuidar das postagens no processo de busca por emprego e, também, na fase de experiência.
7. Toda informação de qualidade é bem-vinda
Um currículo sem experiência comprovada não deve ter mais do que uma página. Caso sobre um espaço após as informações pessoais é construtivo incluir experiências informais como “Outras experiências profissionais” ou “Experiências informais de trabalho”. Aí é correr atrás da vaga e abraçá-la quando surgir.