De acordo com dados divulgados pelo IBGE no último dia 16 de julho, mais de 716 mil empresas brasileiras que estavam temporariamente fechadas até o início de junho foram obrigadas a encerrar definitivamente suas atividades. Entre os principais motivos de falência está a pandemia do novo coronavírus. Segundo os dados, que fazem parte da primeira edição da pesquisa “Pulso Empresa: Impacto da Covid-19 nas Empresas”, a tendência é que este número chegue próximo a 1 milhão nos próximos meses.
Em Quedas do Iguaçu até o momento se percebe que de certa forma poucas empresas tiveram baixa, até porque a flexibilização da abertura do comércio trouxe resultados positivos somados ao Auxílio Emergencial do governo federal, governo estadual, Secretaria de Saúde e entidades como a Associação Comercial (Aciqi) que em conjunto com o Comitê do Covid vem trabalhando para o não fechamento das atividades tidas como não essenciais. “Acho que ainda não sentimos todo o efeito desta crise, pela ajuda que as pessoas vem tendo e principalmente pela união de nossos comerciantes”, destacou a secretária executiva da Aciqi, Thais Costa.
A pesquisa detectou, também, que 99,2% das empresas que fecharam as portas são de pequeno porte, sendo que 63,7% delas relataram dificuldades em realizar pagamentos de rotina antes mesmo do período da pandemia. Além disso, dados divulgados informam que apenas 13% das empresas em atividade tiveram acesso ao auxílio federal para pagar empregados, o que dificultou ainda mais a vida dos empresários.
Ao analisar o comportamento das empresas, principalmente daquelas de pequeno porte, o especialista em administração Milton Jaworski, fundador da Jaworski Consultoria Empresarial, aponta que o alto índice de falência é reflexo da falta de preparo dos empresários para enfrentar qualquer anomalia do mercado. “Olhando por trás da notícia, vemos empresas que não conseguiram trabalhar no ponto de equilíbrio, o famoso ‘vender o almoço para pagar a janta’. E isso é reflexo da falta de gestão”, comenta ele.
Para o especialista, o grande problema está na falta de expertise dos empreendedores brasileiros, que pecam em não buscar uma ajuda especializada. “Muitas pessoas colocam todas as suas economias em um negócio e acham que, com o pouco que tem de experiência, já podem obter sucesso”, explica. “É comum vermos gestores que não desenvolverem um planejamento estratégico – ou pior: até contam com o documento pronto, mas não o usam como o guia necessário. Sem uma estratégia bem definida, é impossível estabelecer os critérios certos para a sobrevivência”, afirma Jaworski.
O planejamento estratégico se tornou uma ferramenta de considerável valor agregado para as empresas no cenário econômico atual. “Entender as possibilidades futuras de seus negócios, mapeando riscos e fomentando oportunidades de crescimento, tem sido o grande desafio dos empreendedores que buscam sobreviver em seus mercados em um período de crise global. Nestes casos, a visão externa de uma consultoria empresarial pode ser o diferencial para o futuro da empresa”, completa o especialista.