A pandemia de covid-19 tem impactado diretamente no diagnóstico e tratamento de doenças como o câncer. Preocupados com o novo coronavírus, muitos pacientes têm adiado a visita ao especialista. “A telemedicina tem sido adotada em muitos casos. Ela é uma ferramenta que tem ajudado no acompanhamento com a eliminação dos riscos de contaminação pela consulta presencial”, afirma o oncologista Ramon Andrade de Mello, professor da disciplina de oncologia clínica da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), da Uninove e da Escola de Medicina da Universidade do Algarve (Portugal).
Em março de 2020, o CFM (Conselho Federal de Medicina) autorizou o uso da telemedicina (ofício CFM n0 1756/2020) por meio de WhatsApp, Skype, e outros aplicativos. “Na oncologia, a ferramenta tem permitido fazer o acompanhamento dos pacientes, reduzindo eventuais riscos que eles possam ter nos deslocamentos. Em muitos casos, o tratamento reduz a imunidade e o teleatendimento é uma alternativa”, explica Ramon de Mello.
O oncologista ressalta que a decisão da consulta presencial depende da avaliação do especialista: “A telemedicina não é para todos os casos. As primeiras avaliações geralmente demandam a presença do paciente. Independentemente da pandemia, quanto mais cedo realizamos o diagnóstico e o tratamento do câncer, melhores são os resultados”.
Uma pesquisa da Capterra, plataforma de busca e comparação de softwares, com 1.004 pessoas em todo o país, aponta que seis em cada dez pacientes afirmam saber o que é telemedicina, e 55% já utilizaram os serviços de consulta médica à distância. E 46% dos entrevistados, que já utilizaram o serviço, pretendem continuar o atendimento com a ferramenta.
Entre maio e dezembro de 2020, o SUS (Sistema Único de Saúde) realizou 25 mil atendimentos remotos. O Ministério da Saúde já disponibilizou, inclusive, uma plataforma para a emissão de documentos como atestados e receitas, o Consultório Virtual.