Dia Nacional de Combate ao Colesterol: Quando os remédios são necessários?

Cardiologista explica dúvidas comuns sobre níveis de colesterol e uso de medicamentos

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Neste próximo domingo, 8 de agosto, é o Dia Nacional de Combate ao Colesterol e uma das principais dúvidas dos pacientes sobre esse problema é: com qual nível de colesterol alto eu preciso tomar medicamentos? Segundo o cardiologista Dr. Rodrigo Julio Cerci, diretor de Pesquisa e Inovação e do Serviço de Angiotomografia Coronária da Quanta Diagnóstico por Imagem, a resposta não é tão simples. “O colesterol alto não é o único critério. Nós usamos o medicamento não só para tratar o colesterol alto, mas principalmente para tratar a aterosclerose quando ela está presente no paciente, que pode acontecer até com níveis mais baixos de colesterol”, explica.

Nem todas as pessoas conhecem a aterosclerose, mas ela é a principal causa de infarto e AVC e normalmente não provoca sintomas, observa o cardiologista. “A doença é a formação de placas de gordura nas artérias e a maior parte delas é  formada por colesterol”, descreve.  Todos os fatores de risco para doenças cardiovasculares contribuem para o desenvolvimento da aterosclerose: diabetes, hipertensão arterial, tabagismo e colesterol alto.

“Quando me perguntam se eu devo tomar remédios para colesterol, a primeira pergunta que eu faço é: você tem aterosclerose ou não tem? Se você tem aterosclerose, muito provavelmente vai precisar tomar o remédio, independente do seu nível de colesterol. Ele pode ser até baixo, mas para você aquele nível de colesterol levou à doença”, afirma Dr. Rodrigo Julio Cerci. Alguns exames diagnósticos de aterosclerose podem fazer parte dos exames de rotina em uma avaliação cardiológica. “Utilizamos o Escore de Cálcio ou o Doppler de Carótidas, dependendo de cada paciente”, observa.

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Níveis de colesterol

O exame de sangue é a primeira avaliação feita para se descobrir os níveis de colesterol no sangue. Ao pegar os resultados, é normal que a pessoa já verifique os valores de referência que sempre estão descritos. Contudo, a análise dos resultados é mais complexa do que parece.  “Não se deixe levar pelo valor de normalidade que aparece no exame, que é confuso e deve levar em consideração o risco de cada paciente ter um evento cardiovascular como o infarto. O médico leva tudo isso em consideração para pode avaliar”, salienta Dr. Rodrigo Julio Cerci.

Os riscos de uma pessoa ter um infarto ou alguma doença cardiovascular são avaliados pelo cardiologista seguindo critérios como presença de outras comorbidades, histórico familiar, hábitos de vida, como tabagismo, alcoolismo, entre outros aspectos. “Se eu tenho 40 anos, não tenho doença cardíaca e nem fatores de risco, eu tenho um risco baixo de infarto, o LDL pode ser até 160. Mas, se eu tenho 40 anos e já infartei, o meu risco é muito alto, então, o LDL tem que ser em torno de 50”, exemplifica.

O colesterol é produzido pelo fígado e circula em nosso sangue. Existem dois tipos principais de colesterol: o LDL, chamado colesterol “ruim”, é o que precisa de níveis baixos para não formar as placas de gordura nos vasos sanguíneos, e o HDL, chamado de “bom” colesterol, que é capaz de remover o LDL do organismo quando está em níveis altos.

Mais do que necessidade ou não de medicamentos, o cardiologista salienta que para prevenir ou melhorar os níveis de colesterol é fundamental a prática de exercícios físicos, alimentação pobre em gordura animal, além das avaliações periódicas com o cardiologista, já que o colesterol alto e outros fatores de risco para doenças cardiovasculares são assintomáticos.

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