Adotar uma rotina de prevenção na volta às aulas é essencial para evitar contaminações
Redação JE reportagem Paula Melech foto Pixabay no Pexeis
As chuvas de verão e o calor acentuado são fatores que favorecem o aumento de casos de dengue, que já atingem recordes em todo o país. Neste momento, é crucial adotar uma rotina de prevenção mais rigorosa contra a arbovirose, especialmente para evitar complicações em crianças e adolescentes.
O número de casos de dengue disparou no Brasil no primeiro mês de 2024. Segundo dados do Ministério da Saúde, foram registrados cerca de 217 mil casos da doença, mais que o triplo de notificações do mesmo período de 2023 (65.366).
A melhor forma de prevenção é evitar a proliferação do mosquito Aedes Aegypti, eliminando água parada em vasos de plantas, garrafas plásticas, piscinas sem uso e sem manutenção ou outros recipientes. Reforçar boas práticas, como o uso de repelentes e vacinação, que ficará disponível a partir de fevereiro, também é essencial para prevenir a contaminação.
O professor de Biologia do Colégio Marista Londrina, Gabriel Marcos Domingues de Souza, reforça que é importante ter um olhar especial com as crianças. “No verão, elas ficam com a pele muito exposta por conta do calor, então é essencial a aplicação de repelentes e também o uso de roupas que protejam contra a picada dos mosquitos transmissores do vírus”.
Diagnóstico
A dengue é uma doença semelhante à gripe com sintomas que aparecem de três a 14 dias depois da picada do mosquito Aedes Aegypti e pode ser potencialmente perigosa para as crianças, se não for tratada.
Um dos maiores desafios no caso das crianças é identificar a doença, já que quadros febris e viroses são comuns na infância e podem confundir o diagnóstico. Um ponto de atenção para a dengue são as dores, que podem se manifestar em choros e maior irritabilidade.
Além disso, é preciso estar atento à febre alta, erupção na pele, fraqueza, sangramentos na gengiva e nariz, tosse e dor de garganta. Os pais ainda devem observar o agravamento dos sintomas, que podem incluir vômitos, dor abdominal e desconforto respiratório.
Vacinação
A vacina contra a dengue da Takeda começou a ser aplicada no início de fevereiro na rede pública de saúde de 521 municípios, selecionados em razão da alta incidência de casos. Nessa primeira etapa, serão imunizados crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, público que tem a maior taxa de hospitalização pela doença.
O imunizante também está disponível na rede particular. Enquanto a Qdenga é indicada para crianças acima de 4 anos, as que têm a partir de 6 anos podem ser imunizadas com a Dengvaxia, entretanto, é indicada somente para quem já foi previamente infectado pela dengue.