Falta de segurança digital pode ter proporcionado fraudes no FGTS

Desde março até julho de 2017, milhões de pessoas vêm realizando o saque de contas inativas do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). De acordo com a MP 763/16, todos os trabalhadores que pediram demissão ou que tiveram seu contrato de trabalho finalizado por justa causa até o dia 31 de dezembro de 2015 têm direito ao saque das contas inativas. Porém, ao tentar realizá-lo, muitos foram surpreendidos em várias partes do Brasil ao serem informados que o mesmo já havia sido feito.

O desvio das informações pode ter sido proporcionado por brechas de segurança digital nos dispositivos e computadores dos cidadãos, que tiveram dados pessoais interceptados por meio de arquivos maliciosos, osmalwares. De acordo com dados do Nokia Threat Intelligence Report, o número de malwares criados para fraudar operações bancárias cresceu 400% em 2016 ante o ano de 2015. O maior alvo dos hackers são os usuários, ainda de acordo com a pesquisa, 81% das ameaças são voltados a sistemas operacionais mobile. Mas, apesar do grande foco ser o usuário final, as instituições também são vulneráveis.

A evolução digital permite que diversas companhias utilizem a tecnologia para facilitar processos e diminuir custos operacionais. Entretanto, os fraudadores e criminosos acompanham a evolução. Como as empresas e os consumidores estão cada vez mais conectados, criar e encontrar brechas sistêmicas tornam-se atividades frequentes por parte dos golpistas. De acordo com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), os bancos investem cerca de R$ 20 bilhões por ano em tecnologias de segurança digital, visando diminuir o número de ataques e garantir a segurança durante a autenticação dos clientes.

Apesar do alto investimento, é necessário que as instituições bancárias reforcem as medidas de atualização da segurança virtual, pois é essencial o gerenciamento e a proteção dos dispositivos de acesso, por meio de soluções implementadas no smartphone ou de plataformas corporativas que garantem, de maneira remota, a integridade do sistema de acesso e autenticação.

Além dos bancos, a população também deve fazer a sua parte, conscientizando-se das boas práticas de navegação na web. Manter o sistema operacional sempre atualizado, possuir um antivírus igualmente em dia e que efetue a varredura em tempo real; acessar apenas sites confiáveis e que possuam certificados de segurança e abrir conteúdo enviado somente por pessoas conhecidas são maneiras práticas de manter o dispositivo particular e suas informações em segurança e, consequentemente, os valores disponíveis, tanto do FGTS quanto do saldo em conta corrente.

Para resguardar seus dados, a recomendação ao cidadão é sempre duvidar de qualquer mensagem de e-mail, SMS e em aplicativos de conversa que venham de remetentes suspeitos com arquivos em anexo ou links, utilizando apenas os canais oficiais do banco. É fundamental que tanto os usuários quanto as instituições façam o máximo para manter a segurança, evitando a ação criminosa de golpistas.

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